segunda-feira, 19 de maio de 2008

Métodos Contraceptivos

O único método cem por cento eficaz para evitar a gravidez é a abstinência, isto é, não ter relações sexuais. Mas os métodos contraceptivos ajudam a prevenir a gravidez não desejada, permitindo a vivência da sexualidade de forma saudável e segura.
O grau de eficácia varia de método para método. Em alguns casos, como com a pílula e o preservativo, o grau de eficácia depende, também, da forma mais ou menos correcta e continuada de utilização do método. Alguns têm contra-indicações e efeitos colaterais. Assim, antes de optar por um método contraceptivo, deve marcar uma consulta de planeamento familiar ou consultar o seu médico.
E, sobretudo, lembre-se que a responsabilidade pela prevenção da gravidez não desejada cabe sempre aos dois parceiros.Actualmente existe uma ampla disponibilidade de métodos anticoncepcionais (contraceptivos), tanto para homens quanto para mulheres, que previnem uma gravidez. Variam desde métodos mais simples, como os comportamentais, até métodos mais complexos que envolvem cirurgias. A escolha do método anticoncepcional deve ser sempre personalizada. Deve-se levar em conta factores pessoais como idade, números de filhos, compreensão e tolerância ao método, desejo de procriação futura e a presença de doenças crónicas que se possam agravar com a utilização de determinado método. Como todos os métodos têm as suas limitações, é importante que o usuário tenha conhecimento de quais são elas, para que eventualmente possa optar por um dos métodos. As maiores limitações dos métodos mais seguros (que possuem pequenas taxas de falha) são a manutenção da possibilidade de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Nestes casos, a fim de se manter uma relação sexual segura, eles devem ser usados em conjunto com um método de barreira (leia abaixo os tipos diferentes de métodos) como o preservativo, por exemplo.
Métodos de Barreira

Os principais métodos de barreira são os preservativos (masculino e feminino) e o diafragma. A função destes métodos é impedir o encontro dos gâmetas masculino e feminino. Todos estes dispositivos têm que ser colocados antes do coito.
Preservativo

Os preservativos, para além de prevenirem uma gravidez indesejada, conferem ainda protecção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST).
O preservativo masculino é uma fina membrana, normalmente feita de látex, que deve ser colocada no pénis assim que este fica erecto, antes da penetração. Após a ejaculação, deve-se retirar o preservativo, que só pode ser utilizado uma vez.
O preservativo feminino consiste numa membrana de plástico (poliuretano), que deve ser inserida na vagina antes da penetração. Tal como o preservativo masculino, é de utilização única.
Diafragma

O diafragma é uma membrana de borracha que se insere na vagina antes do coito, de forma a cobrir o cérvix, impedindo, desta forma o acesso dos espermatozóides ao interior do útero. Deve ser usado preferencialmente em conjunto com um espermicida. Como há vários tamanhos de diafragma, a mulher deve consultar o seu ginecologista para verificar qual o tamanho que se ajusta melhor à medida do colo do útero.
È aconselhável o uso concominante de espermicida.


Espermicidas
Os espermicidas são substâncias que se introduzem na vagina antes do acto sexual e que inactivam ou matam os espermatozóides. Existem vários tipos destas substâncias (cremes, espumas, esponjas, cones e comprimidos vaginais). Os espermicidas, quando usados isoladamente, têm uma baixa eficácia, sendo muitas vezes usados em conjunto com outros métodos.

Métodos Hormonais

Contracepção Hormonal Oral

A contracepção hormonal é geralmente, administrada por via oral. As pílulas contraceptivas mais comuns são as combinadas, isto é, as que contêm estrogénio sintético e progestagénio (semelhante à progesterona).
Em cada ciclo de 28 dias, uma pílula combinada é tomada diariamente, durante 21 dias, seguindo-se 7 dias sem tomar.
As pílulas combinadas podem ser monofásias, bifásias ou trifásias. No primeiro caso, a dose é sempre a mesma ao longo do ciclo. Nas bifásicas e trifásicas, a dose varia 2 ou 3 vezes (respectivamente) ao do ciclo.
Existem, também, as pílulas progestativas, que contêm apenas progestagéneo, cujo efeito principal para além do impedimento da ovulação, é uma alteração do muco cervical, de forma a que este impeça a entrada de espermatozóides no útero. As pílulas progestativas são de toma diária, sem interrupção.
Contracepção de emergência

A contracepção de emergência é o único método contraceptivo que é utilizado após a relação sexual. Constitui um recurso no caso de um acidente contraceptivo ou em casos de violação.
O método mais simples de contracepção de emergência é o recurso a um progestativo oral (pílula do dai seguinte).
A contracepção de emergência não constitui um método contraceptivo de uso regular, mas sim um recurso.
Hormonas Injectáveis

Consiste na injecção de substâncias semelhantes à progesterona que previnem a ovulação, e consequentemente a gravidez.

Implantes

Os implantes são pequenos dispositivos colocados sob a pele e que libertam, lentamente, hormonas para a circulação sanguínea. Os implantes actuam durante longos períodos de tempo, que podem ir até cinco anos.
Este tipo de contracepção não é recomendado a adolescentes.


Dispositivos intra - uterinos
Os dispositivos intra- uterinos (DIU) são pequenas peças de plástico ou metal, geralmente em forma de T, que se inserem na cavidade uterina, de forma a impedir a implantação do embrião no endométrio. Os DIU podem ser inertes ou activos. Neste último caso, libertam substâncias, como o cobre ou hormonas, que dificultam a proliferação do endométrio. O DIU aumenta a intensidade das hemorragias uterinas e a possibilidade de gravidez ectópica.


Métodos Cirúrgicos ou Definitivos

A contracepção cirúrgica (esterilização) resulta num impedimento permanente da libertação de gâmetas e pode ser efectuada no homem (vasectomia) ou na mulher (laqueação de trompas).

Vasectomia
A vasectomia é um processo cirúrgico simples e rápido que consiste no corte dos canais deferentes, de forma a impedir que os espermatozóides passem para a uretra. Não é uma castração e não afecta os testículos. Após a cirurgia, continua haver ejaculação, embora o líquido ejaculado não contenha espermatozóides.

Laqueação de Trompas

A laqueação das trompas é o método de esterilização feminina caracterizado pelo corte e/ou ligamento cirúrgico das trompas de Falópio, que fazem o caminho dos ovários até ao útero. Assim, os óvulos não conseguem passar para dentro do útero, não se encontrando com os espermatozóides, e, consequentemente, não há a fecundação. É um procedimento seguro que pode ser feito de várias maneiras, sendo necessário internação e anestesia geral ou regional.
Ambos os procedimentos cirúrgicos são difíceis de reverter, pelo que deverão ser encarados como permanentes.
Métodos Naturais

Este conjunto de métodos, também chamado de autocontrolo, ou planeamento familiar natural, consiste na abstinência de relações sexuais durante o período fértil do ciclo da mulher. Existem quatro formas de determinar o período de abstinência sexual:
÷ Método do calendário;
÷ Método das temperaturas basais;
÷ Método do muco cervical;
÷ Método do coito interrompido.

Método do Calendário
Este método tem em conta o tempo de sobrevivência dos gâmetas (24 horas para o óvulo e 72 horas para o espermatozóide) para determinar o período fértil.
Considerando a duração dos ciclos menstruais anteriores (idealmente 12 ciclos), pode calcular-se o período fértil, por subtracção de 11 dias ao ciclo mais longo e 18 dias ao ciclo mais curto.
Por exemplo:
Imaginemos que uma mulher contabilizou o seu ciclo mais curto com 25 dias e o seu ciclo mais longo com 30 dias. Então: 25 – 18 = 8 e 30 – 11 = 19. Isto quer dizer que os dias mais férteis desta mulher são entre o oitavo e o décimo nono dia do ciclo, dias em que não deve ter relações sexuais ou, querendo-o, terá de utilizar um outro método contraceptivo. Convém não esquecer que o primeiro dia do ciclo é o primeiro dia em que aparece a menstruação.
Método das Temperaturas

O método das temperaturas basais consiste na medição diária da temperatura, utilizando sempre o mesmo local (boca, vagina ou recto). A medição deverá ser feita sempre ao acordar e registada num gráfico.

Método do muco cervical

O método de Bilings (ou do muco cervical) consiste em observar diariamente o muco cervical, retirando-o da vagina com dois dedos, observando e registando a sua elastecidade. O muco é uma substância gelatinosa, produzida pelas glândulas do colo do útero que sofre alterações ao longo do ciclo menstrual. Na altura da ovulação adquire uma aparência de clara de ovo com grande elasticidade. Este muco facilita a entrada de espermatozóides no útero.
Se uma mulher quiser utilizar este método para contracepção deverá, todas as manhãs, observar se tem muco na vulva e como é a sua aparência.
Método do coito interrompido
Coito interrompido (literalmente "sexo interrompido"), também conhecido como o método da retirada, é a prática de terminar a relação sexual antes da ejaculação. O principal risco do coito interrompido é de o homem não conseguir administrar bem o tempo de sua ejaculação. Não é um método contraceptivo, mas sim uma prática muito pouco segura que, além de poder dar origem a uma gravidez, provoca ansiedade em ambos os parceiros podendo também ser causa de futuros distúrbios psicosexuais. Assim podemos concluir que cada um dos métodos contraceptivos descritos apresenta indicações, contra - indicações, vantagens e inconvenientes. Por isso, a contracepção faz parte de um processo mais abrangente – o planeamento familiar. Como tal, o uso de um método contraceptivo deve ser precedido de uma análise individual, feita por um especialista, considerando os riscos e benefícios do seu uso, em cada situação particular.
Com os cumprimentos do grupo
Rita Moreira

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